terça-feira, 20 de janeiro de 2015

solidões da memória

Livrinho novo (solidões da memória) recebeu o ponto final, após dois anos no forno. Agora é publicar ou publicar. Como não escrevo para a gaveta,  publicar é uma maneira de me "livrar" do livro e iniciar novo projeto literário (já cá tenho um em início de gestação). Caso contrário, será sempre um livro sem fim, pois cada vez que volto a um original quase sempre vejo ali uma possibilidade de algum tipo de intervenção.
Aqui o poema que dá início ao livro e ao "mote" que o norteia:

rizoma
    
            "vestígios de pegadas nas areias, / restos d´ossos roídos e d´espinhas"
                            António Barahona


a infância e a memória 
da infância, submersa
na líquida travessia

vez por outra
o atlântico deposita
ossos datados
nas terras do exílio

(a menina antiga
recebe os sinais
códigos esquecidos
legendas para o lembrar
- revivências)

a memória da infância
é a memória possível
(e só à poesia cabe recriar)


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